Há oitenta anos, em 27 de janeiro de 1945, o mundo testemunhou um dos momentos mais emblemáticos da luta contra a barbárie: a libertação do campo de concentração de Auschwitz. O dia marcou não apenas o fim de um dos capítulos mais sombrios da história humana, mas também se tornou um símbolo eterno de resistência, sobrevivência e a importância de nunca esquecer.
Auschwitz foi o maior e mais letal campo de extermínio do regime nazista, onde inúmeras vidas, de judeus em sua grande maioria, foram brutalmente torturadas e assassinadas. Sua libertação revelou ao mundo as atrocidades cometidas durante o Holocausto, expondo a crueldade sistemática e a desumanização em escala industrial.
Hoje a data é oficialmente lembrada como o Dia da Memória do Holocausto, e a memória de Auschwitz permanece como um alerta contra o ódio, a intolerância e a indiferença. É nosso dever honrar as vítimas, preservar suas histórias e educar as futuras gerações sobre os perigos do preconceito e do autoritarismo.

Muito do que é produzido pela humanidade, desde aquela época até os dias de hoje, contribui para manter a história, apesar de dolorosa, como ferramenta crucial na construção de um futuro melhor. Livros, filmes, peças de teatro, eventos, entre outras coisas, ajudam a preservar o imaginário coletivo.
A Editora Estação Liberdade lançou, não faz muito tempo, dois livros que contribuem de forma significativa em prol da causa humanista. Um deles, um testemunho, em forma de diário, de um dos sobreviventes não só de Auschwitz, mas de outros campos de concentração: Diário tardio: Theresienstadt – Auschwitz – Varsóvia – Dachau, do tchecoslovaco Max Mannheimer, com tradução de Luis S. Krausz.

O outro, um livro de historiador contemporâneo, que não sofreu ele mesmo na própria carne, mas cujos antepassados, sim, sofreram. Bruno Halioua, o autor, é judeu, francês e foi a diversas fontes e formas de relato para montar uma história difícil, absurda e, ainda assim, comovente: Os 948 dias do gueto de Varsóvia. A narrativa conta sobre as vidas que foram obrigadas a se limitar nesta que foi a maior prisão a céu aberto do Holocausto, e tem tradução de Luciano Vieira Machado.