
Ingeborg Bachmann
Uma voz essencial da literatura do século XX.
"Foi assassinato."
O Enigma de Malina
Esta seção convida você a mergulhar na estrutura complexa e nos mistérios do romance. Explore a sinopse, desvende o simbolismo dos personagens centrais e sinta a força da linguagem inovadora de Bachmann, que desafia as convenções para expressar a fragmentação da psique feminina.
O Labirinto de Viena
Em uma "Viena fragmentada pela história de violência", uma escritora não nomeada mergulha em um abismo psicológico, dividida entre dois homens que parecem personificar os polos de sua existência. De um lado, há Ivan, um homem mais jovem por quem ela nutre uma paixão obsessiva, a promessa de uma felicidade mundana e fugaz. Do outro, Malina, a figura andrógina e enigmática com quem ela coabita, um homem "inicialmente distante e frio que acaba se tornando uma influência ameaçadora".
Assombrada por "memórias aterrorizantes de seu pai", a narradora empreende uma viagem vertiginosa "em profundidade dentro das próprias loucuras, ansiedades e genialidades". O romance se desenrola como um caso psicanalítico, onde sonhos e realidade se confundem, e a identidade da protagonista se estilhaça. A narrativa avança para um desfecho que "desnuda brutalmente a briga pelo amor e os limites do diálogo entre mulheres e homens", deixando o leitor com uma pergunta perturbadora: foi assassinato?
O "Eu" Dividido
A Narradora
Ivan
Malina
Clique em um personagem para ver sua análise simbólica.
Palavras de Fogo
A prosa de Bachmann é uma "viva metamorfose narrativa" que combina fluxo de consciência, diálogos teatrais e prosa poética para espelhar a desintegração da mente da protagonista. A linguagem não apenas conta a história da crise; ela "é" a própria crise.
Ingeborg Bachmann
Conhecer a autora é crucial para decifrar sua obra. Esta seção explora a vida incandescente de Ingeborg Bachmann, uma intelectual cuja biografia trágica e relacionamentos turbulentos com gigantes da literatura, como Paul Celan e Max Frisch, se tornaram a matéria-prima de sua ficção revolucionária.

Retrato de uma Artista em Chamas
Nascida na Áustria em 1926, a infância de Ingeborg Bachmann foi marcada pela ascensão do nazismo, uma experiência que ela descreveu como a origem de sua "primeira angústia de morte". Figura central do "Grupo 47", o mais influente círculo literário do pós-guerra alemão, ela foi aclamada primeiro como poeta e depois como prosadora.
Adotou Roma como sua cidade, onde viveu e trabalhou por anos. Sua vida terminou de forma abrupta e icônica: em 1973, aos 47 anos, faleceu em decorrência de queimaduras sofridas em um incêndio, selando a imagem de uma vida consumida pela própria intensidade.
Diálogos da Alma: Celan & Frisch
Com Paul Celan: O Amor como Poema
A relação com o poeta Paul Celan foi um diálogo poético e amoroso marcado pelo trauma do século XX. A união simbólica entre a filha de um membro do partido nazista e um poeta judeu sobrevivente do Holocausto. Uma relação epistolar, carregada de um anseio utópico, que ecoa na figura de Ivan: a paixão idealizada, mas inatingível.
Com Max Frisch: O Amor como Guerra
A relação com o escritor suíço Max Frisch foi a materialização da tese de Bachmann sobre o fascismo no cotidiano. Uma convivência marcada por rivalidade e controle, que espelha-se diretamente na figura de Malina: o companheiro racional e frio em cuja presença a narradora se desintegra.
O Universo de Malina
O romance não se passa em um vácuo. A cidade de Viena e o espectro do fascismo são forças ativas que moldam a psique da narradora. Explore como a Viena do pós-guerra se torna um labirinto da mente e aprofunde-se na tese mais radical de Bachmann: a de que a violência sistêmica começa na intimidade das relações.
Viena como Labirinto
Em "Malina", Viena é menos uma cidade e mais um estado de espírito. É um lugar de amnésia coletiva, onde o passado nazista da Áustria é recalcado. A luta da narradora com suas memórias reprimidas funciona como um microcosmo da luta da nação com seu passado sombrio, transformando a cidade em um labirinto opressivo de traumas não resolvidos.
O Fascismo Íntimo
"O fascismo começa na relação entre um homem e uma mulher." Esta é a tese central de Bachmann, e "Malina" é sua dramatização. A dinâmica de poder, controle e silenciamento na esfera íntima é um espelho da violência fascista na sociedade, mostrando que a opressão patriarcal e a política são indissociáveis.
Linha do Tempo Cruzada
Explore a vida de Ingeborg Bachmann em paralelo com suas obras, seus relacionamentos e os eventos históricos que moldaram seu mundo e sua escrita. Esta visualização contextualiza a criação de "Malina" como o ápice de uma vida de traumas pessoais e coletivos.
Uma Obra Essencial
Redescubra Ingeborg Bachmann. Adquira sua cópia de "Malina" e mergulhe em uma das obras mais potentes e inovadoras do século XX.
Título: Malina
Autora: Ingeborg Bachmann
Tradução: Carla Bessa
Editora: Estação Liberdade
Páginas: 352
Preço: R$ 94,00